Blog destinado a pintura de miniaturas e cenários; adaptados, customizados ou imitados (estilo Scratch-Building); relativo a fantasia medieval que utilizo em minhas aventuras.

Convido a todos, que gostem de customizar miniaturas de RPG de fantasia medieval, que me contate para postar!

e-mail: alanluiz2@gmail.com

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Monforti

Esse é o mais novo personagem desenhado pelo nosso artista Tiarles! A história de Monforti foi criado pelo jogador Tiago Pacheco. Para quem não o conhece, ele é um dos redatores da RedeRPG de “RPG e Sociedade”. Ele é ainda o criador do RPG Agadá.

O personagem se aventura também em Lubliana, em Marana, e é dos aliados da elfa dourada Mirai Alcaiu.

Monforti


O jovem Felix teria sido mais um órfão trombadinha pelas ruas de uma cidade de Porto Livre se não fosse por um estranho desconhecido que o abortou num beco pela madrugada. Ao tentar roubar-lhe a algibeira, o estranho homem encapuzado segurou suas mãos e lhe propôs:

“Deseja ter uma vida melhor que esta?
Félix olhou, assombrado e desconfiado.
Uma vida na qual você deixaria de ser um rato e tornar-se-ia um corvo, para vingar-se dos que promovem a miséria?

A criança nada entendia. Mas aceitou a proposta, pois achava que era a oportunidade de sair da vida desgraçada que os deuses lhe proporcionaram. Ele foi então levado (vendado) a um casebre isolado, bem distante da cidade, onde pode ter, pela primeira vez, uma refeição decente (embora simples) e local quente para dormir. Naquele local, havia outros órfãos que dormiam pelo chão em pequenos sacos de dormir.

Durante as semanas seguintes, homens encapuzados entravam e saiam da casa. Comida não era problema para as crianças, mas estes estranhos homens jamais falavam com elas. Neste meio tempo, metade das crianças saíram para explorar os arredores ou mesmo para retornar a cidade, enquanto algumas se acostumaram a brincar ao redor do casebre e as suas refeições regulares. As crianças que iam muito longe jamais voltavam, mas aqueles que ficavam achavam que simplesmente eles voltaram para a cidade.

Entretanto, um dia as coisas mudaram. Finalmente um daqueles homens encapuzados falou com as crianças:

“Escutem bem! Vocês foram acolhidos e bem tratados. Agora, quero que façam um favor para mim”. O homem despeja várias pedras preciosas e moedas de ouro e prata sobre a mesa, e continua: “Tomem conta deste tesouro para mim. Quando retornar, quero ver cada peça exatamente como está, ou todos vocês serão expulsos e voltaram a viver em ruas imundas”.

Sem mais nenhum comentário, o homem foi embora. Tão logo ele saiu da sala, as crianças já se entreolharam desconfiadas e confusas, mas algumas delas com a cobiça no olhar. Metade do dia se passou e alguns dos órfãos, discretamente, procuraram aos arredores sinais dos homens. Como nada foi encontrado, começou-se a discussão pela apropriação do tesouro. Algumas crianças, incitadas por um moleque chamado André e Valmar (este ultimo o mais velho e forte entre eles), queriam pegá-lo e voltar a cidade. Félix não aceitou a idéia, já que considerava isso uma tremenda ingratidão, e foi apoiado por Lívia (uma órfã de olhos lindos e comoventes) e Dorovil (um melancólico meio-elfo). As demais crianças estavam confusas e em duvida.

A discussão foi acalorada até que André encheu-se dela e foi até a mesa, pegando o tesouro e colocando-o no saco. Lívia tentou impedi-lo, colocando a mão em seu braço, mas recebeu um empurrão que levou-a ao chão. Imediatamente Félix avançou sobre André, Dorovil engalfinhou-se com Valmar e Lívia tentava ajudar a ambos tacando coisas e atacando por trás. No auge da briga, seis homens de capuzes pretos adentram ao local, e imediatamente as crianças pararam de brigar, olhando timidamente para os homens. André tentou falar:

“Tio, eles tentaram...”

O homem não o deixou terminar a frase. “Cale-se” disse ele, “nós estávamos escondidos e vimos tudo”.

André e Valmar ficam apavorados. O homem volta-se para as crianças que não se envolveram e diz: “Covardes! Haveria um roubo diante de vocês, e nada fariam? Arriscaram voltar a viver nos becos sujos ao fazer alguma coisa? Pois bem. Vou devolvê-los as ruas de onde saíram, seus ratos miseráveis!”

Os outros três homens põem as crianças para fora, onde há uma carroça, vendas e cordas para levá-los. Elas esperneiam, gritam e choram, mas não conseguem escapar dos homens armados, e também pelo casebre não ter janelas baixas que alcançassem. O homem então pega algumas pedras e moedas e vira-se para André e Valmar:

“Então, vocês pagam a quem te alimenta e acolhe com roubo não é? A ganância lhes impele a ter mais, mesmo que seja desonestamente e as custas dos outros?”.

Eles estão apavorados, chorando e pedindo perdão. O homem quebra facilmente a moeda e a pedra, que nem eram de metal, nada mais que falsificações, frustrando ainda mais os moleques.

“Levem os dois” ordena o homem. As crianças choram e esperneiam desesperadas por não saber qual será seu destino. Finalmente, o homem olha para Félix, Lívia e Dorovil: “Muito bem” diz ele, “é isso que se espera de homens e mulheres honrados”.

Os três se entreolham, assustados. Mas o homem os congratula:

“Bem vindos ao abrigo Monforti”.

Os três cresceram no abrigo, e passaram por testes subseqüentes acerca de sua lealdade e honestidade. As vezes, novas crianças chegavam, e eles eram usados como espiões para relatar aos homens o que elas queriam ou diziam. Quando completaram finalmente descobriram o que era o Abrigo Monforti: um local onde órfãos eram recolhidos para serem treinados e integrar a Guilda dos Vingadores, especializada em capturar ou (mais ocasionalmente) matar ladrões, criminosos e autoridades corruptas. Seu líder é Raul, um homem cujo passado está imerso em sangue e lutas entre guildas e piratas. Seu passado negro e a perda da esposa o tornara o Vingador que criou e liderou esta organização.

A Guilda dos Vingadores aterrorizou a região de Porto Livre com assassinatos e apreensões de posses obtidas por meios escusos (inclusive de autoridades). Estas apreensões eram usadas para manter o grupo e o Abrigo Monforti, além de auxiliar trabalhadores e até mesmo comerciantes lesados. Tortura e interrogatório também fazem parte dos métodos da Guilda mas, apesar da fama, ela não foi capaz de desequilibrar a balança de poder na região.

Os três órfãos foram treinados para formar a segunda geração da Guilda e aumentar seu numero. Félix e Dorovil tornaram-se Batedores, como a maioria dos membros da organização. Lívia se tornou uma Ladina, e usava seu charme e discrição para obter informações em cidades. Eles apenas tiveram papéis secundários nas missões que participaram, até que seu árduo treinamento estivesse completo.

Entretanto, uma tragédia se abateu ates que eles pudessem realizar missões em papel de protagonismo. Após uma missão que envolvia a captura de um pirata e do mestre de Guilda que com ele estava mancomunado, quase toda a tropa foi emboscada e capturada no porto da cidade. Obviamente, foi uma emboscada. Raul cometera um erro: seu arquiinimigo era o mestre em questão e ele não pesou bem as conseqüências do ataque.

Os Vingadores lutaram bravamente e infligiram muitas baixas, enquanto tentavam fugir usando sua grande capacidade de movimento, mas Raul tombou morto junto a vários Batedores que ali estavam. Félix sobreviveu na dramática retirada do porto, mas ele sabe que Raul deu a vida para que ele e outros escapassem. Lívia conseguiu fugir por estar na retaguarda. Sobre Dorovil, ele foi gravemente ferido e depois não mais foi visto.

Nas semanas seguintes, assassinos procuravam Vingadores para matar, e a Guilda dispersou-se. Félix nada sabe sobre Lívia nem Dorovil (se é que ele está vivo). Mas seu ódio contra criminosos somente cresceu ao invés de ser abatido. Ele viajou para o oeste a fim de juntar-se a um grupo de aventureiros e reunir grande experiência para retornar aos Portos Livres e reestruturar a Guilda dos Vingadores. Para esconder sua identidade, ele usa o nome do abrigo que o acolheu enquanto criança: Monforti.


O BLOG POSSUI MUITAS POSTAGENS ANTERIORES. CONFIRA EM POSTAGENS MAIS ANTIGAS, AO FINAL.

2 comentários:

  1. "Quando você vai a um curandeiro, ele descobre qual dor tu sentes para aplicar-lhe uma erva, unguento ou chá que eliminará oo mal de dentro de ti. Assim tu me entenderás. A Justiça é o curandeiro, os malfeitores, a dor e eu, o remédio..."

    Esse é o Monforti!

    Muito bom o desenho.

    Thiago Pacheco

    ResponderExcluir
  2. Monforti "Cobra", o braço forte do rei!...rs

    Mas a sua analogia está mais bem feita que a do roteiro do Garanhão Italiano!

    ResponderExcluir